"Tudo que é pra ser meu, vem até mim", rapper e drag queen maranhense fala sobre sua carreira, suas inspirações e desafios
(Foto: ENME / Daniel9D / Divulgação)
Texto: Arthur Anthunes
ENME, drag queen, rapper, compositora, DJ, cantora. Aos 27 anos, artista maranhense vive momento de ascensão e reconhecimento em sua carreira. Com letras poderosas, seus versos refletem sua existência enquanto pessoa negra e LGBTQIA+. Ao mesmo tempo que faz dançar através da música, drag queen apresenta críticas e exalta sua origem. Premiada no Festival "Sons da Rua 2019", tivemos o prazer em entrevistar essa artista incrível. ENME se prepara para o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio e nesse momento, nos revela um pouco sobre seus projetos, desafios, inspirações, além de indicar artistas para acompanhar.
Arthur Anthunes: Olá ENME, é um prazer conversar com você, nos conte um pouco sobre sua carreira. Como você começou?
ENME: Comecei em 2014 com produção de eventos, tocando em festas, de 2014 até 2017 trabalhei com produção de eventos. Em 2017 lancei meu primeiro single. Em 2019 lancei meu primeiro EP [Pandú].
(Foto: EP Pandú / Divulgação)
Nos conte como você classifica o atual momento em sua carreira? Podemos esperar por novidades em breve?
Estamos vivendo um momento meio que pós-pandemia. Eu tive o privilégio de produzir nesse momento tão controverso, então mergulhei na construção do meu primeiro álbum, já tinha lançado um EP, mas nunca um álbum, então aproveitei esse período e esse silêncio, esse hiatos de shows pra gente trabalhar na produção do meu disco. Estou muito feliz com tudo que estamos conquistando desde 2019, ser premiado em São Paulo, em 2020 cantei no maior bloco de carnaval do mundo, do lado da Pabllo Vittar, do lado do Romero, são grandes vitórias pra uma artista com tão pouco tempo de carreira.
(Foto: Daniel9D)
Quais os maiores desafios que você busca vencer em sua carreira?
O maior desafio hoje em minha carreira são os investimentos, sabe? Eu sonho muito alto, eu penso muito grande, eu tenho a ideia de um trabalho muito magnânimo, ser fã da Beyoncé é pensar grande né? Então, como sou um artista independente, às vezes a gente acaba não conseguindo fazer o trabalho como gostaria por conta dos investimentos.
Você possui inspirações musicais, se sim, quais são?
As minhas inspirações vêm da mais mais, a maior, Beyoncé. Eu acho que tudo que faço tem um pouquinho da influência dela, muito da Lauryn Hill, Nicki Minaj, dessas cantoras do Hip-Hop no geral.
Quais são seus álbuns favoritos?
Álbum favorito é sempre uma coisa do momento, eu, nesse momento, tenho ouvido bastante o "Ojunifé" da minha amiga Majur. Eu acho esse álbum perfeito, assim como tudo que ela faz, se eu tivesse que dizer um álbum favorito no momento, seria esse.
(Foto: Louíse Mendes)
Agora, nos conte sobre seus lançamentos recentes, sobre “Batidão”, “Killa”, “Kolapso” e as influências em torno desses projetos.
Antes de lançar esse meu primeiro disco, eu vim trazendo algumas sonoridades que eu queria apresentar nele, então fiz "Batidão" com Noize Men, que é uma vibe mais pagodão, fiz "Killa" que tem essa influência do raga, fiz "Kolapso", que tem muito do funk, do kuduro, também lancei "Spray de Pimenta" que tem um pouquinho de R&B com pagodão, então eu vinha trazendo para o público algumas sonoridades que vão estar presentes no meu novo disco. Eu acho que esse é um processo que eu estou descobrindo e estou trazendo pro público descobrir também.
Nos apresente um LUGAR pra dançar, que você ama.
Meu lugar pra dançar favorito é o "Sinuca Bar", aqui em São Luís. A gente tem uma história muito massa com essa casa. Gravamos um clipe no Sinuca, então temos uma relação bem próxima. Quando pensamos em dança, já pensamos no Sinuca.
Nos conte um dia inesquecível em sua carreira.
O dia mais inesquecível em minha carreira foi o dia que venci o "Festival Sons da Rua", em São Paulo. Lembro de chegar atrasada no show por conta do trânsito, de descer no lado errado da Arena Corinthians, ter que correr todo aquele estádio pra chegar na entrada do festival, chegar com 3 minutos de atraso, perdi 5 minutos de minha apresentação e ainda consegui vencer. Foi a primeira vez que levei toda a minha equipe pra fora do estado e pude experimentar viver de música em outros lugares, foi incrível.
Se você pudesse citar colegas artistas, que assim como você estão no trabalho em torno da cena artística, quem você nos indicaria para acompanhar?
Eu vou indicar minha amiga Bixarte, que é da Paraíba, é incrível e faz um trabalho perfeito. A SI AMES E, de Curitiba e a Boombeat. São três artistas que me inspiram muito, que sou muito fã do trabalho e são minhas amigas.
(Bixarte / SI AMES E / Boombeat / Divulgação / Redes Sociais)
Pra finalizar, nos conte uma frase ou citação que te inspira.
A minha citação favorita, que levo pra vida é "tudo que é pra ser meu, vem até mim". Então, batalho bastante pra conquistar minhas coisas, acredito demais nos meus sonhos, luto por aquilo que acredito, mas o que é pra ser meu, vem até mim. Algumas coisas que queremos tanto e acabamos não conseguindo é porque não é pra ser nosso, então não precisamos focar naquilo.
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