Vídeo dirigido por Felipe Sassi traz cenários mais futuristas e momentos épicos de um relacionamento.
(Foto: IZA em 'Sem Filtro' / Divulgação)
Revisão: Gabriela Lins
Existem pessoas que traduzem o zeitgeist (espírito do tempo) de uma época. Essas pessoas se eternizam na história. Quando isso acontece com um artista, temos exemplos práticos de talentos que juntam R&B com pagode baiano, trap, dancehall, narrativa futurista e sensual, em texto calejado por finais de relacionamentos duros e que celebram superação e vitória. Pois tudo isso acontece no single novo de IZA, “Sem Filtro”, lançado agora em música e vídeo.
Roteirizado pela própria e dirigido por Felipe Sassi, o clipe de “Sem Filtro” dá uma guinada radical sobre o clima solar do single anterior, “Gueto”, quando Iza celebrava a vida suburbana e feliz de carioca da gema. O vídeo novo vem mais sombrio, misterioso e fatal (mais uma vez, símbolo do tempo que vivemos). A canção é mais sincopada no R&B, que é um dos gêneros favoritos da cantora, o que favorece cenários mais futuristas e momentos épicos de relacionamento, como interpretações na cama com coreografias de bailarinas ao redor.
(Foto: IZA em 'Sem Filtro' / Divulgação)
A música é, igualmente, reveladora do momento, construída sobre imagens de narração de relacionamentos fugazes e passageiros. “A gente junto é mó parada/ A gente não presta/ Zero compromisso/ Se for sempre assim nós fecha/ Entra nesse quarto/ Sem a intenção de ficar/ Não vejo problema/ Em não querer se apaixonar/ É que hoje eu tô sem filtro/ Celular, sem hora pro amor”, canta.
Os efeitos sintetizados são conduzidos por Sérgio Santos, que gravou, mixou e masterizou a música. Já a canção é de autoria de Luccas Carlos (em parceria com Rafinha RSQ e Carolzinha), referência em R&B e rap no país e teve produção de Rafinha RSQ.
A coesão global vem com coreografia da francesa Laure Courtellemont, a presença de balé composto por algumas das melhores bailarinas do mundo, produção bollywoodiana e até inserção do risco explícito de globo da morte nessa roleta-russa que se tornaram as apostas em relacionamentos sem compromisso.
“Quem conhece meu primeiro álbum sabe o quanto gosto de R&B e vai absorver naturalmente a musicalidade. Assim como a visão atual de como as coisas são passageiras ao mesmo tempo em que a perspectiva de que se machucar muito em um relacionamento nos prepara para o próximo”, diz IZA.
Do alto de quase dois bilhões de streamings nas plataformas, da indicação a Grammy e da condição de Mulher do Ano, pela revista GQ e uma das líderes da próxima geração pela revista Time americana, Iza sabe do que fala. Sabe sobre o que canta. Sabe o que representa em vídeo. É a tal compreensão do espírito do tempo.
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