O lançamento é acompanhado pelo clipe de “bom ator”, com participação de Cleo.
(Foto: Divulgação)
Number Teddie lança hoje, dia 31 de agosto, seu primeiro álbum, intitulado “poderia ser pior”. Tocando em tópicos comuns a jovens da gen z, geração do começo dos anos 2000, o projeto é uma viagem por vários dos símbolos que marcam o subconsciente coletivo do grupo, mas também um autorretrato desenhado de forma honesta, crua e complexa. Seja na sonoridade, que remete à estética indie e pop punk, nos visuais ou no modo destemido de tocar em temas sensíveis, o jovem cantor-compositor consegue trazer referências e amalgamá-las em algo novo, que empurra as barreiras da música pop nacional.
"Eu fiz 60 músicas para esse projeto! Sessenta. É muita música, mas eu queria me certificar de que meu primeiro álbum fosse o melhor que eu pudesse escrever, sabe?", conta Teddie ao eolor. "Eu comecei a escrever as músicas dele em 2020, em junho, enquanto eu trabalhava como professor de inglês em Manaus. Eu sabia que eu queria fazer um álbum muito sincero, ao ponto de me dar desconforto, e essa é a parada que me dá gás pra fazer e escrever música. Arte é desconfortável, arte é todos os sentimentos possíveis, pois estamos falando de seres humanos".
(Foto: Divulgação)
Os já experientes Gorky e Zebu assinam a produção do álbum, com exceção da faixa 9, que é de Vivian Kuczynski. Number Teddie é o compositor principal de todas as músicas e divide os créditos com os respectivos produtores.
Com 25 anos, o jovem artista demonstra lirismo e musicalidade incomuns a calouros do mercado musical. Em “poderia ser pior”, faixa que abre e dá o título ao álbum, o cantor introduz o projeto e logo fisga o ouvinte, seja pela forma despretensiosa que canta termos explícitos ou pelo charme melódico da canção que soa esperançosa, apesar da forte carga emocional. “A gente sempre tenta ver um fio de esperança em absolutamente tudo, e a expressão ‘poderia ser pior’ é uma frase que nós, como humanos, sempre nos pegamos falando inconscientemente para nós mesmos”, comenta Number Teddie.
Em entrevista ao eolor, Teddie revela alguns detalhes sobre o processo de criação de seu álbum de estúdio:
eolor: Você possui alguma inspiração para a criação desse álbum?
Number Teddie: Minha vida e meus pensamentos. Eu sou uma pessoa muito observadora e introspectiva. Eu amo e odeio pensar muito ao mesmo tempo, mas eu sou a pessoa que frita em absolutamente tudo por horas.
Em ‘Bom Ator’ você mostra um lado pessimista sobre a forma como observa o futuro e as suas próprias percepções de mundo. Poderia falar um pouco sobre essa faixa e sobre como foi gravar com CLEO?
Essa faixa é sobre querer literalmente sumir, interpretem como quiser. É estar tão farto de estar nesse lugar de existência, que você não consegue mais ver futuro nisso e só queria ser um ator que vai pra casa depois de gravar e vive a outra vida dele, sabe? Gravar com a Cleo foi uma delícia. A gente gravou faz mais de um ano, sabe? Ela coube muito bem na música e ela sempre foi muito crucificada pela mídia, sempre foi colocada em posições pelo público, que ser o “personagem” que ela exerce deve ser difícil demais, sabe?
Ao escutar o disco, observamos o desenvolvimento de um álbum sincero e por vezes até confessional. Faixas como ‘Deus Não Quer Me Conhecer’ e ‘Acho Que To Bem’ reforçam suas relações com o mundo. Como é para você explorar lados tão íntimos de forma pública?
É bom, mas ao mesmo tempo é ruim, tudo muito paradoxal mesmo. É bom porque eu tiro muita coisa do meu peito e muita gente se identifica e é ruim porque, querendo ou não, ainda não é 1% de tudo que tem dentro de mim e as pessoas tiram conclusões das coisas rápido demais. Meu álbum vai ficar pra sempre no mundo, pra todo mundo escutar, e ser tão sincero pode petrificar muita coisa e fazer muita gente acreditar que eu não mudo. Se você pudesse definir esse álbum em 3 palavras, quais seriam?
Sincero, raivoso e triste. Para finalizar, poderia nos compartilhar um desejo para o futuro após o lançamento de ‘Poderia Ser Pior’?
Quero fazer muito show, trabalhar muito e lançar outro, porque esse já tá pronto faz tempo.
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