Marcas trazem elementos únicos como diversidade, cultura e modelagem agênero na maior semana de moda da América Latina.
(Foto: SPFW)
A 55ª edição do São Paulo Fashion Week finalmente começou. Na última segunda-feira (22) aconteceu a pré-abertura do evento no Theatro Municipal de São Paulo, com um desfile ilustre do João Pimenta, celebrando os seus 20 anos de carreira.
Com o tema ORIGENS/Ressignificar, temos este ano a terceira parte de uma trilogia iniciada lá em 2021, um tema que permite a pluralidade artística e abre portas para história, cultura e inovação nas passarelas da maior semana de moda do país.
Tendo 42 desfiles no total, 11 destes serão apresentados nesta quarta-feira (24) em uma sessão de cinema exclusiva para convidados no Shopping Iguatemi em formato de Fashion Film, enquanto os outros 31 poderão ser prestigiados presencialmente nesta quinta-feira (25) e segue até domingo (28).
Dendezeiro
Algumas marcas são estreantes e outras já desfilaram anteriormente, como a Dendezeiro, que em edições passadas deram um show cultural e inovador com suas modelagens agênero e momentos marcantes que ficaram marcados na história do SPFW.
Este ano, eles voltam com um terceiro ato da coleção 'Cor de Pele', celebrando na maior passarela da América Latina a pluralidade de tons e texturas de peles pretas e indígenas.
“A nossa tinta pinta novas narrativas, traços fortes em telas profundas, texturas diferentes retratam nossas existências. A nossa tinta pinta com firmeza novas imagens, novas referências, novos personagens, cenários e adjacências", escreveu Larissa Luz para a coleção 'Cor de Pele'. “Nosso espelho em 3D é pintura de carne e osso", finalizou ela. (Conheça um pouco mais sobre a Dendezeiro clicando aqui)
(Foto: Reprodução / Dendezeiro)
Forca Studio
Criada em julho de 2022 pelos idealizadores Vivi Rivaben e Silvio de Marchi, a marca traz em seu título um grito de guerra e de ressignificação, ela procura servir as minorias, a comunidade LGBTQIAPN+, que sempre foi oprimida.
O título "Forca" faz referência a esse passado violento sofrido por estes grupos, entretanto, trazendo um novo significado, algo efetivo, hodierno e revolucionário. “Antigamente, éramos mandados para forca por sermos quem somos. Hoje, somos a Forca, trazendo toda a potência proporcional a isso”, conta de Marchi em entrevista.
Com uma pegada estética esportiva, com tecidos inovadores como Foton e Lycra, e uma identidade urbana, original e inconfundível.
Sendo a sua primeira vez na SPFW, a marca estreará com a coleção “Forca 003 – Substructure”, que apresentará novas modelagens, tecidos e formatos na passarela. Assinando uma das estampas apresentadas, temos a artista plástica Sophia Viesi, com prints que são completados pelas texturas de borracha, couro, látex, resina, tapeçaria, gaze e linho.
(Foto: Reprodução / Forca Studio)
The Paradise
A marca carioca está presente na lista de marcas estreantes nesta edição. Criada por Thomas Azulay e Patrick Doering, a The Paradise chega com bastante enfoque em suas estampas coloridas, com desenhos e padronagens que mais parecem ser retiradas das mais finas obras de arte expostas mundo a fora, a tradução perfeita do realismo fantástico, que torna cada peça ainda mais única, viva e especial.
Suas coleções são limitadas e numeradas à mão, foi revelado que suas peças funcionam como uma tela em branco, prontas para receber pinceladas digitais de estampas exuberantes, ricas em detalhes, textura e brilhos. (Veja aqui)
The Paradise estreará na SPFW com a coleção “Nº 15”. A premissa é te levar numa viagem descontraída pelas décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980 através das lentes da marca, de sua perspectiva. “[A coleção] traz um belo exercício do nosso repertório cultural e de moda. Nossas clássicas modelagens aparecem em novas estampas e tecidos surpreendentes”, contou os criadores para a Harper's Bazaar Brasil.
(Foto: Arte Vogue Online)
Santa Resistência
A carioca Mônica Sampaio fundou a sua label em meados de 2015 quando se deparou com a falta de representação negra e feminina na moda. “Os tamanhos eram reduzidos e limitados, faltavam cores e estampas”, contou ela. “A solução foi fazer as minhas próprias roupas. Acabei ficando conhecida por isso na universidade, sempre me perguntavam de onde eram”, respondeu ela em entrevista para a Elle Brasil.
"Meu propósito na moda sempre foi criar um lugar de reflexão e visibilidade, onde as pessoas possam se enxergar", contou Mônica. “Acreditamos que nosso papel vai além de marca de moda. A intenção é ser um veículo de pertencimento e de acolhimento no vestir”, completou a profissional.
Na SPFW, a marca contará a história de Maria de Padilha, a Rainha e amante apaixonada , da Espanha até o Brasil, onde se transfigura em Maria Padilha, a entidade.
(Foto: Monica Sampaio / IMAX)
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